a crise está em mim. a crise sou eu.










Thursday, November 26, 2009

Sunday, November 22, 2009

Friday, November 20, 2009

5:00 a.m.

tenho pensado na vontade

se a conheço

se reconheço o seu jeito ou se me lembro da sua voz

é uma confusão, porque tenho sérias dúvidas se a penso no coração ou se a sinto na cabeça

nem sei onde mora, portanto

não sei como procurá-la

há o velho comodista estóico e passivo sentado no sofá da racionalidade e a criança ávida sonhadora e criativa empoleirada no coração

falta o pai desta criança que é o filho daquele velho

estrutura

é por isso que o adulto que há em mim tem-se fodido em pleno

porque fugiu de casa

deixou-me órfão e isolado na idade de me fazer homem

a vontade é a puta força que canta para toda a gente e não me diz olá quando acordo

quando estou na fila das compras

quando vou no metro

quando nos cruzamos na rua

Monday, November 16, 2009

look out

Vim à procura de errar. Dou por mim no maior erro que poderia ter encontrado. O que, segundo essa perspectiva, é capaz de até não ser mau.

Wednesday, November 11, 2009

Saturday, November 07, 2009

6:00 a.m.

O sol nunca mais nasce.

O tempo escapou. A atmosfera humedecida e a madrugada ensonada. O silêncio que separa a noite do dia. A longa procura da luz. O momento certo para ver o sol erguer-se aos pés do rio. Descobrir o nascer do dia suspenso sobre o Danúbio. Atravessar a ponte Margarit rompendo o nevoeiro. Esfriando a solidão. Aguardando raios de calor. A água saturava o ar. O cheiro era fresco. A noite afogou-se.

O sol não nasceu.




Friday, November 06, 2009

Thursday, November 05, 2009

a twenty-four hours and forty-seven minutes day

levanto-me às 5.00h para cuspir emoções numa folha branca.

saio para o dia e para a rua.

chego às 5.47h da madrugada seguinte a cuspir saliva e vestígios de alcool.

hei-de regular o meu norte.

Wednesday, November 04, 2009

dream written

faziam falta palavras.





















Sonhei contigo querida pétala. Estavas aqui. Nesta cidade longe. Cruzámo-nos de repente, e cruzámo-nos bem. Tinha sido necessária esta distância toda de quilómetros de palavras e de olhares para nos encontrarmos com sincronia.
Estavas devastada, além de bela. Tenho a impressão que se sabia do encantamento que eu sentia por ti: estava espalhado pelo ar à minha volta. Estávamos num bar qualquer destes que têm o charme de serem bares por acaso mas que têm toda a naturalidade para o ser, ora feridos e crus, ora pintados e acolhedores.
Antes disso, estava num prédio destes que têm o exotismo de serem diferentes dos de Lisboa. Lembro-me que ia a sair e aconteceu um terramoto no preciso instante em que me preparava para entrar no elevador. O mundo abanou durante bastante tempo, com bastante intensidade, e os edifícios racharam de alto a baixo. É engraçado este preciso fenómeno, a meio de um sonho, usando a imprevisibilidade na vida real como desculpa também na minha criatividade mental. Como se tentasse ser subtil ao dizer-me qualquer coisa ao subconsciente. ( - Sou uma ruína de mim próprio, eu sei. Deixa-me continuar o sonho em que me erguia dos escombros e ia ter com a mulher da minha vida. Ora a mulher dos meus sonhos.)
Estavas bela, além de devastada. Tinha ruído uma parte em ti também e estavas assustada. Contavas-me a tua história em voz alta mas eu sentia-a nos teus olhos, passei a noite a olhar e a lembrar os teus olhos. O castanho é o mesmo e os reflexos não mudaram. Sei-os de core mas descubro de cada vez que te olho que te amo e os anos vão passando. Estavas com o casaco espesso branco e quente, e eu abraçava-te e tentava sentir o teu corpo. Estancava as tuas lágrimas e continuava a procurar o teu corpo. Tu acabaste por encontrar os meus lábios. ficámos mais perto um do outro. E quase sozinhos, não fossem os fantasmas que me assombram ruína. Hei-de amar-te até me destruírem, flor. Hei-de amar-te até ao chão.

Tuesday, November 03, 2009

Monday, November 02, 2009

Sunday, November 01, 2009