nunca fui de peregrinações e pouco me dediquei a penitências. o devaneio e a precipitação também raramente incitaram as minhas atitudes. nem os subúrbios me atraem especialmente e as noites de chuva tão-pouco fazem parte de um plano de treinos físicos que não tenho.
estou de olhos fechados, no autocarro. oiço as portas abrirem e saio sem ver qual é a paragem. quatro e meia da manhã. a cidade inteira molhada. estou um bocado perdido. há uma rotunda em frente. há a minha casa que não sei onde fica. viro à direita, tenho a sensação que o autocarro foi-se embora pela direita. meto as mãos nos bolsos e começo a andar. as ruas não me dizem nada. não são os caminhos nem os edifícios nem as árvores que me dizem alguma coisa. tenho a única referência mental da lógica do território, da sucessão das localidades, e o diagrama, ou pedaços do diagrama do trajecto na cabeça. Príncipe Real. Campolide. Sete Rios. Carnide. Pontinha. Benfica. Damaia. depois corto na Buraca e estou perto. vai amanhecer. chego a casa. e continuo completamente perdido.
Saturday, October 30, 2010
Friday, October 29, 2010
Wednesday, October 27, 2010
Sunday, October 24, 2010
Saturday, October 23, 2010
Wednesday, October 20, 2010
Tuesday, October 19, 2010
Monday, October 18, 2010
Sunday, October 17, 2010
Thursday, October 14, 2010
Wednesday, October 13, 2010
Tuesday, October 12, 2010
point. shoot.
a possibilidade. eu sei da possibilidade.
mas sinto-me mudo para a gritar.
consigo ouvi-la, mas sinto-me cego para a descobrir.
eu vejo-a, mas não consigo erguer os braços para a apanhar.
é quase como se estivesse sempre no lado oposto ao resto.
como se certas coisas estivessem permanentemente a acontecer na outra margem se um ser.
Monday, October 11, 2010
Wednesday, October 06, 2010
Monday, October 04, 2010
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