a crise está em mim. a crise sou eu.










Wednesday, November 04, 2009

dream written

faziam falta palavras.





















Sonhei contigo querida pétala. Estavas aqui. Nesta cidade longe. Cruzámo-nos de repente, e cruzámo-nos bem. Tinha sido necessária esta distância toda de quilómetros de palavras e de olhares para nos encontrarmos com sincronia.
Estavas devastada, além de bela. Tenho a impressão que se sabia do encantamento que eu sentia por ti: estava espalhado pelo ar à minha volta. Estávamos num bar qualquer destes que têm o charme de serem bares por acaso mas que têm toda a naturalidade para o ser, ora feridos e crus, ora pintados e acolhedores.
Antes disso, estava num prédio destes que têm o exotismo de serem diferentes dos de Lisboa. Lembro-me que ia a sair e aconteceu um terramoto no preciso instante em que me preparava para entrar no elevador. O mundo abanou durante bastante tempo, com bastante intensidade, e os edifícios racharam de alto a baixo. É engraçado este preciso fenómeno, a meio de um sonho, usando a imprevisibilidade na vida real como desculpa também na minha criatividade mental. Como se tentasse ser subtil ao dizer-me qualquer coisa ao subconsciente. ( - Sou uma ruína de mim próprio, eu sei. Deixa-me continuar o sonho em que me erguia dos escombros e ia ter com a mulher da minha vida. Ora a mulher dos meus sonhos.)
Estavas bela, além de devastada. Tinha ruído uma parte em ti também e estavas assustada. Contavas-me a tua história em voz alta mas eu sentia-a nos teus olhos, passei a noite a olhar e a lembrar os teus olhos. O castanho é o mesmo e os reflexos não mudaram. Sei-os de core mas descubro de cada vez que te olho que te amo e os anos vão passando. Estavas com o casaco espesso branco e quente, e eu abraçava-te e tentava sentir o teu corpo. Estancava as tuas lágrimas e continuava a procurar o teu corpo. Tu acabaste por encontrar os meus lábios. ficámos mais perto um do outro. E quase sozinhos, não fossem os fantasmas que me assombram ruína. Hei-de amar-te até me destruírem, flor. Hei-de amar-te até ao chão.

1 comment:

João Tondela said...

não tentes descolar a cabeça! (re)cola-a e cose-a onde a arrancaste, pega numa faca de serrilha corta a garganta, pega nas amigdalas e atira as contra a parede. da uns pontitos na garganta coloca um penso rapido e fica o problema resolvido. A cabeça é demasiado grande para a mandares contra as paredes!